APRESENTADO A PROFISSÃO
TECNICO E TECNOLOGO EM RADIOLOGIA
Como o tempo passa depressa, e como a tecnologia é veloz! Há alguns anos, era comum se ouvir dizer que alguém morreu de morte natural. Morte natural... Natural? ... ou apenas não diagnosticada?
Imaginem como deveria ser uma consulta no começo do século XX. O que a Medicina tinha a oferecer, quando algum doente procurava por um médico?
O que o pobre doutor poderia utilizar para diagnosticar o paciente? Medir a febre, verificar a pressão, o pulso, procurar por manchas na pele, ou caroços que se destacassem, além de contar com a experiência própria e a que tinha aprendido com outros médicos. Como deveria ser frustrante não poder “ver” o que o paciente tinha.
Na RADIOLOGIA MÉDICA, aprendemos a acreditar naquilo que podemos ver. Uma imagem vale mais que mil palavras.Como isso é verdadeiro! E como se aplica bem a Medicina!
Se imagine no passado (1895), assistindo a alegria do Físico alemão – Röntgen - quando radiografou, pela primeira vez, a mão de sua esposa. Ele não podia imaginar que sua descoberta mudaria o rumo dos diagnósticos do futuro. O que hoje é uma simples Radiografia é fruto de muito esforço, muita pesquisa com ondas eletromagnéticas e também muita evolução, que deu ao médico a capacidade de ver internamente os ossos, as fraturas, trincas, articulações e, mais tarde com o aparecimento do contraste, tantas outras possibilidades.
Quantas “mortes naturais” por pneumonia não foram evitadas com um simples raios – x de tórax?
E hoje o uso que se faz da RADIOGRAFIA CONVENCIONAL é quase tão necessário quanto os próprios exames clínicos. Usa-se pra verificar as fraturas, as sinusites, os refluxos, os retardos de crescimento, as lesões intestinais, obstruções de ductos, infertilidade feminina, os desvios de coluna, os cálculos renais (ai como esses doem!) enfim... Quem nunca foi radiografado? Mas o uso da imagem na Medicina não se resume à radiografia.
Nesse ponto, médicos e engenheiros trabalharam juntos e criaram novas técnicas para se obter imagens cada vez mais perfeitas ou mais adequadas para cada tipo de diagnóstico.
Surge então, utilizando freqüência sonora, a chamada ULTRA-SONOGRAFIA. Diferindo da radiografia por não utilizar radiação, mas com capacidade de visualizar órgãos internos, músculos, artérias e veias - obtêm-se imagens coloridas (Dopplerfluxometria), mas a ultra-sonografia é utilizada amplamente para avaliar o desenvolvimento fetal. Nos dias atuais, não se imagina uma gravidez sem monitorização por ultra-sonografia. Através dela investiga-se a saúde do bebê, tempo de gestação, tamanho, peso e movimentação do feto, com imagens em terceira e quarta dimensões, enfim uma gama enorme de possibilidades nas avaliações diagnósticas.
E o que dizer da DENSITOMETRIA ÓSSEA? Cria-se um aparelho, que utilizando método de captação de fótons reproduz a imagem óssea da coluna lombar, quadril e punho (regiões mais estudadas nos casos de osteoporose – mais fraturadas em idosos também). Apesar do nome difícil, é um exame fácil pra ser realizado – indolor, rápido e eficiente, capaz de avaliar a quantidade de massa óssea, podendo então prevenir fraturas.
A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA utiliza computadores para conseguir imagens seqüenciais, milimetricamente próximas, tri-dimensionais e até helicoidais (em espiral), essas imagens permitem ver um órgão por completo, em todas as suas dimensões, examiná-lo por todos seus “ângulos”, centímetro por centímetro. É possível diagnosticar um tumor inicial, por mais oculto que ele esteja, em poucos minutos. E a tecnologia não para! Cria a possibilidade de se fazer reconstruções de órgãos em tempo real.
A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA é capaz de fornecer imagens do corpo humano semelhantes às obtidas por meio da Tomografia Computadorizada, mas usando como técnica o magnetismo - não mais a radiação.
A MAMOGRAFIA é uma forma de radiografia. Então não deveríamos ter tratado dela no começo deste texto? Não! Porque a mamografia merece um destaque especial entre todas as demais radiografias. Merece por tratar-se um um exame capaz de detectar o câncer de mama ainda no início, antes mesmo de ser palpável.
Mas, fazendo esta retrospectiva, o que se nota é muito interessante. Surgiram métodos novos, técnicas importantes, equipamentos sofisticados mas, uma tecnologia não suplanta a outra. Elas convivem pacificamente, complementando-se.
Cada técnica tem sua finalidade especial e é perfeita para o caso específico a que se destina. E, todas elas, todas as técnicas investigativas de Diagnóstico por Imagem, estão a disposição das mais variadas especialidades médicas. É mesmo difícil imaginar uma especialidade médica que possa prescindir das imagens em seus casos clínicos. Não se trata aqui de elevar a importância da Radiologia. Ela não é, nem quer ser superior a qualquer outra especialidade médica. A Radiologia apenas se coloca a disposição, com todos os recursos e técnicas acumulados nos últimos anos, de todos os médicos que dela possam precisar, para o melhor exercício de suas habilidades e para o diagnóstico mais preciso possível. Não. A Medicina não venceu a morte, mas hoje é capaz de adiá-la, abrandá-la e, com certeza, capaz de diagnosticá-la.